quinta-feira, 13 de dezembro de 2012



(Person at the windoow - Salvador Dali)

Se olha pra baixo, some por trás do sobrado.
Bochechas e queixo de louça, e boca de traço.
Mas nada de olhos pro meu embaraço.


- J. C., 13/dez/2012, 05:27 -

terça-feira, 31 de julho de 2012

 
Olhos de tal graça e formosura que dão inveja ao sol e cor ao céu E se ás safiras é natural o gelo, como incediais com sua luz pura? Por que da modesta compostura com que os adorna com um véu de recato nasce um desejo que derruba ao solo o que o amor platônico procura? Olhais sem temor, olhos traidores, mantendo distantes os temerosos com seu veneno profundo. Matais de Amor sem saberdes de Amores, cheios de veneno e mais tirânicos que Nero, pois abrasais o mundo.

- Do personagem Lope de Vega, filme LOPE (Drama, 2009, BRA/ESP), baseado na história do poeta e dramaturgo de mesmo nome (1562-1635). -

terça-feira, 24 de julho de 2012


Poeminha Clichê de Deserto

Figura Feminina com Cabeça de Flores, 1937, Salvador Dali.

 
Deserto, deserto, de certo
Há um deserto dentro e fora de mim.
De certo desertos,
Ah! Se todo deserto fosse assim.

- 24/jul/2012, JC -

domingo, 8 de julho de 2012

Nã, nã, nã, nã, nã, nã, nã, não posso
Morrer agora,
Tenho uma garrafa pra entregar de Coca-cola.
E a cota de um presente que eu dei,
Se morrer agora o que serei?

- JC -

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

E se fosse agora?
Meu pulso disparasse um último impulso pra palma de minha mão e a fecha-se, deixando-a do tamanho do coração?

E se fosse?
Minha respiração quente, com o vento noturno, criasse um rodopio que os meus olhos vesgos vissem pelos da Esfinge?

E Se?
Minha mãe acordasse com as unhas cravadas nos braços protetores de meu pai, dum sonho agoniado onde sapatinhos levam seu dono numa fuga de seus medos por calçamentos escuros e lisos?

E?
Meu sobejo, de hálito vivo, fosse o último beijo em quem me odiou?

Sobreviveria após o brinde de meus companheiros?


- 09/dez/2011, 02:45, JC -
Onde amigos jaziam,
Casa vazia.
É como uma banda que acaba quando se inicia,
E deixa as canções inacabadas
Em partes de papéis pelos cantos,
E pelos cantos.

Paredes com marcas de costas,
Tal qual as dos ombros,
De encostas, de amparo, de descanso.

Onde amigos já riam,
Casa vazia.



- 05/set/2011, JC -
Não vou mais ler o que a Lua deixa no espelho do rio.
Dói toda vez que paro o barco para colher as folhas que o curso deixa preso nas raízes que vão beber lá.

E por mais que a canoa deslize sobre a lâmina tranqüila da tardinha, o vento por sobre as águas me dá frio.
Eu não consigo mais catar estas folhas que tendem a enganchar nas raízes, pois não sei se delas, um dia, farei uma árvore.



- 10/set/2011, JC -